Darwin e outros evolucionistas
desenvolveram um conceito científico da bissexualidade, como bem explicita a
obra Inversão Sexual. O embrião humano é dotado de duas potencialidades, uma
masculina e outra feminina. Daí a ideia
de que a bissexualidade não é um mito, segundo o livro Dicionário de Psicanálise.
Freud conduziu uma série de estudos a
respeito e chegou à conclusão de que todo o ser humano
é bissexual. “A
bissexualidade é o fato de que ninguém nasce homossexual ou heterossexual. A
sexualidade não tem sexo”, afirmou o psicanalista Paulo Roberto
Ceccarelli, em julho do ano passado, ao BlogSouBi.
Em 2007, um cientista italiano causou
polêmica ao afirmar que a humanidade está caminhando para a bissexualidade, de acordo com
reportagem da BBC. Esse seria o resultado da “evolução natural das
espécies”.
Costumo ler outros estudiosos com a
mesma teoria de futuro bissexual e acho interessante observar essa questão.
Ora, se grandes nomes da ciência já mostravam que nascemos bissexuais, como
estaríamos caminhando para a bissexualidade?
Suponho que essas previsões estejam
mais relacionadas à uma mudança de mentalidade do que a fatores “biológico
evolutivos”, se é que podemos usar essa expressão.
“Alguns insetos biologicamente não têm
gênero e mais tarde se orientam na escolha de acordo com as condições do
ambiente. Do ponto de vista biológico, isso significa que homens e mulheres não
existem porque são imprescindíveis sexualmente. Eles existem não por causa da
reprodução. Identidade de gênero, sexo e reprodução são três coisas distintas,
que podem ter relações diferentes entre sim”, argumentou o filósofo Richard
David Precht, em seu best-seller Amor. Ele descreve que mulheres podem desejar
homens e homens podem desejar mulheres, mas não precisam. Ao mesmo tempo,
homens podem desejar homens e mulheres se atraírem por outras mulheres.
A argumentação derivada do senso comum
é que nos distrai das nossas autoanálises. Acreditamos mais no que as pessoas
reproduzem a todo o momento do que no nosso próprio instinto.
E volto a dizer.
Não acredito que todas as pessoas possam viver a bissexualidade. Talvez nunca
encontrem um par do sexo oposto ou do mesmo sexo que despertem tal instinto.
Como também essa situação pode vir a acontecer no final da vida. Quantos
relatos de mulheres e homens mais velhos já não recebi contando que se
descobriram bissexuais “tardiamente”, depois de longos anos de um casamento
heterossexual? Ou de mulheres que nunca tiveram qualquer atração pelo mesmo
sexo e de repente se viram apaixonadas pela melhor amiga? Ser bissexual talvez
não signifique se atrair a todo momento por homens e mulheres como predadores
instintivos. É muito mais complexo e pessoal do que qualquer estudioso já tenha
conseguido descrever.
1 comentários:
Francisco que máximo essa sua matéria, estou me especializando em sexualidade humana e descobri mais dois autores ótimos aqui, você algo mais escrito nesse tema?
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